sexta-feira, 1 de julho de 2011

AQUELLE CRAVO

Eu desejei, amor, aquelle cravo,
Aquelle cravo branco que ostentava
A ventura sem par de ser escravo
Da tua nivea mão onde sonhava.

Mas presentindo, amor, o meu desejo,
Doridamente o cravo despertou
Do sonho angelical e num arquejo
Na tua nivea mão se desfolhou.

Meu coração, amor, foi o culpado,
E por isso eu maldisse o coração,
Ao ver o cravo branco perfumado,

Sonhador e feliz até então,
Agora tristemente desfolhado
Na tua nivea e sentinosa mão.



Jacintho de Figueiredo

Fonte: Revista de Sergipe nr. 11 - 1929.

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