sexta-feira, 26 de março de 2010

SÍTIO ARQUEOLÓGICO ENGENHO ILHA


Ruínas da Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha.
Foto: José de Oliveira B. Filho.





Ruínas da Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha.
Foto: José de Oliveira B. Filho.





Ruínas do Engenho Ilha.
Foto: José de Oliveira B. Filho.


Placa do IPHAN.

Foto: José de Oliveira B. Filho.



Quero mais uma vez abrir exceção para comentar acerca de um assunto que não esteja ligado à cidade de Aracaju. Trata-se do Sítio Arqueológico Engenho Ilha que fica localizado no município de Laranjeiras.

A princípio quero parabenizar e agradecer o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Sergipe, na pessoa de Terezinha Alves de Oliva (Superintendente), pela fixação de placas informando que o Sítio Arqueológico Engenho Ilha faz parte do Patrimônio Cultural Brasileiro. Conheço bem os elementos que compõem este sítio, pois, passo pelo local há pelo menos 35 anos (meu pai possui um pequeno sítio nas proximidades) e sempre fiquei preocupado em ver as ruínas do Engenho Ilha no meio do mato, sem os devidos cuidados por parte dos Órgãos competentes.
Aproveito também para parabenizar Jenilton Ferreira Santos pela excelente Monografia a respeito do Engenho Ilha e comentar que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o Sr. José Luiz dos Santos (Paizinho), trabalhador da Fazenda Ilha, citado na Monografia.
E por fim, como sugestão, solicitar a Prefeitura Municipal de Laranjeiras a melhoria do acesso (estrada) ao Sítio Arqueológico Engenho Ilha, para que mais e mais pessoas possam ver de perto a riqueza histórica do local, como as ruínas da Capela de Nossa Senhora da Conceição da Ilha e as paredes do Engenho Ilha.


Para saber mais sobre o Engenho Ilha, consultar:

SANTOS, Jenilton Ferreira. DO FAUSTO ÀS RUÍNAS: SUBSÍDIOS PARA A EXPLORAÇÃO ARQUEOLÓGICA NO ENGENHO ILHA - LARANJEIRAS/SE. São Cristóvão: UFS, 2003.

terça-feira, 23 de março de 2010

O CRIME DO HOTEL CASARÃO


Salva de tiros em homenagem aos heróis.
Jornal da Cidade nº 3.668 - 04/04/1984.



Cortejo Fúnebre.
Jornal da Cidade nº 3.668 - 04/04/1984.


Cortejo Fúnebre.
Jornal Gazeta de Sergipe nº 7.624 - 04/04/1984.



Missa Campal - Praça Tobias Barreto.
Jornal da Cidade nº 3.668 - 04/04/1984.


Saída do Cortejo precedido de viaturas policiais.
Jornal da Cidade nº 3.668 - 04/04/1984.





Hotel Casarão - Local do crime.
Jornal Gazeta de Sergipe nº 7.624 - 04/04/1984.


Walter Lopes - Saia Justa.
Jornal Gazeta de Sergipe nº 7.624 - 04/04/1984.



Tenente Aragão.
Jornal Gazeta de Sergipe nº 7.624 - 04/04/1984.






No dia 03/04/1984 um crime comoveu a população da então pacata Cidade de Aracaju: O crime do Hotel Casarão.

Os envolvidos:

- José de Aragão Carvalho, 37 anos (Militar desde 1966 e como Oficial foi transferido para o quadro da Polícia Civil como Delegado de Polícia);
- Walter Lopes, 44 anos (Policial Civil desde 1961), também conhecido pelo apelido de "Saia Justa" por vestir roupas apertadas.
- Elemento conhecido pela alcunha de "Galo Preto" (Portava Cédula de Identidade falsa).

O crime:
Segundo Jornais da época, José de Aragão Carvalho e Walter Lopes(Saia Justa) no dia 03/04/1984, saíram do Bar do Meio da Rua (Próximo ao prédio do INSS) onde haviam lanchado, e seguiram para a Praça da Estação Rodoviária (Terminal Luiz Garcia) para investigar uma denúncia. Lá chegando foram alcançados por um informante que avisou que o suspeito de ter matado o taxista Lindolfo Paixão(52 anos) e roubado o seu veículo na noite anterior, estaria hospedado no Hotel Casarão (Ao lado do Supermercado Bompreço, onde atualmente funciona uma Galeria). Lá chegando, foram à recepção e perguntaram se havia um homem com as características do procurado pelo crime do taxista. O recepcionista respondeu que tinha, mas se tratava de um motorista de uma Empresa de transportes. Então, os investigadores resolveram checar se realmente era o elemento que procuravam, quando de repente, "Galo Preto" saiu do quarto atirando e acertando a boca de José de Aragão e o coração de Walter Lopes(Saia Justa) que ainda conseguiu acertar três tiros no bandido (Galo Preto). Os três envolvidos vieram a óbito.
Segundo depoimento de outros policiais, o que determinou o cerco do Centro da Cidade, foi a localização do taxi que havia sido roubado.

O sepultamento:

Antes do cortejo com os dois caixões sair da Sede da Secretaria de Segurança Pública, foi rezada uma Missa Campal na Praça Tobias Barreto, a qual contou com a presença do Governado do Estado (João Alves Filho), Secretários de Estado, Autoridades Militares e Civis, bem como milhares de pessoas.
O cortejo seguiu pela Rua Itabaiana, passando em frente ao Quartel Central da Polícia Militar, onde um Pelotão o aguardava, prosseguiu pela Rua Itabaianinha até o Cemitério Santa Isabel, onde o corpo do Tenente Aragão foi sepultado. Um Pelotão composto por 26 soldados deu uma salva de 78 tiros em homenagem aos heróis. Logo após, o cortejo seguiu com o corpo de Walter Lopes até o Cemitério da Cruz Vermelha (Cambuís), onde ocorreu o sepultamento.
O taxista Lindolfo Paixão foi sepultado no mesmo dia no Cemitério São João Batista.

sexta-feira, 19 de março de 2010

HOSPITAL DE CARIDADE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO


Hospital Santa Isabel.
Foto: Album de Sergipe 1820-1920.


Fachada do Hospital Santa Isabel.
Fonte: www.iaracaju.infonet.com.br/serigysite



Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição - Rua da Aurora - 1886.
Foto cedida por Dedinha Ramos.

No ano de 1855 a população sergipana foi atingida pela epidemia de "Cholera Morbus" ocasionando a morte de milhares de pessoas. Em Aracaju, no Governo do Presidente Dr. Salvador Correia de Sá e Benevides e nos Governos seguintes, várias providências foram tomadas no campo da saúde para evitar novas mortes pela referida epidemia. Medidas como aterramento e esgotamento dos pântanos, asseio e limpeza da cidade, esgotamento das águas estagnadas, melhoramento da água potável, construção de cemitério (Cemitério Nossa Senhora da Conceição - atual Cemitério Santa Isabel) e Hospital de Caridade.
Através da Resolução nº 467 de 13 de março de 1857, o Presidente Salvador Correia de Sá mandou edificar um Hospital de Caridade. Porém a idéia não saiu do papel. Somente através da Resolução nº 498 de 24 de maio de 1858, é que foi autorizado a edificar na Capital um Hospital de Caridade: o Hospital Nossa Senhora da Conceição, o atual Hospital Santa Isabel. O Hospital começou a funcionar na Rua da Aurora, atual Rua da Frente, em 16 de fevereiro de 1862, durante o Governo do Presidente Joaquim Jacinto Mendonça. Para manter o Hospital, o então Presidente entregou as rendas do Cemitério Nossa Senhora da Conceição. João Gomes de Melo, o Barão de Maruim, doou um terreno na rua da feira, para que a Administração do Hospital construísse uma Casa de Mercado, que era outra alternativa de renda.
Segundo o Médico e Escritor Antonio Samarone de Santana, no seu livro "As Febres do Aracaju Dos Miasmas aos Micróbios", "No seu primeiro ano de funcionamento, o Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição atendeu 442 pacientes, sendo as enfermidades sifilíticas, as afecções do peito e as sezões traumáticas as moléstias mais frequentes." O Hospital contava com três enfermarias: São Roque, Santa Isabel e São Sebastião(militar) e possuia em torno de 60 leitos.
Com o passar dos anos houve a necessidade de transferência do Hospital para um local maior. No Governo de Oliveira Valadão (1896) tomou-se a decisão de construir um novo prédio. Porém, foi no Governo de Olimpio Campos que o Hospital foi transferido do antigo local(Rua da Aurora) para o Bairro Santo Antônio ( Atual Hospital Santa Isabel). Através da lei nº 391 de 23 de outubro de 1900, a administração do Hospital foi entregue a recém criada "Associação Aracajuana de Beneficência" Desde então o Hospital Nossa Senhora da Conceição passou a se chamar Hospital Santa Isabel.



segunda-feira, 8 de março de 2010

ARACAJU : 155 ANOS


Rua da Aurora - Rua da Frente - Atual Avenida Rio Branco.
A primeira Rua retilínea em toda a sua extensão de Aracaju.
Foto: Autoria desconhecida.




Planta de Aracaju em 1933.
BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial e informativo de Sergipe, 1934.





Mapa de Aracaju em 1865.
Revista de Aracaju nº 02 - 1944.





Mapa de Aracaju em 1857.
Revista de Aracaju nº 02 - 1944.






Mapa de Aracaju em 1855.
Revista de Aracaju nº 02 - 1944.






A história de uma cidade mostra como ela se originou e ao conhecermos podemos saber como ela era no início e quais mudanças ocorreram ao longo do tempo. Grande parte das cidades do Brasil se originou do crescimento de povoados. Já algumas cidades como Aracaju, tiveram origem a partir de um planejamento.
A primeira Capital de Sergipe foi São Cristóvão. A mudança da Capital para Aracaju deu-se através da resolução nº 413 de 17 de março de 1855, sancionada pelo então Presidente da Província Joaquim Inácio Barbosa e foi motivada pelo crescimento econômico e a melhoria social. Era necessário um Porto que facilitasse o escoamento da produção. E nesse sentido, a Barra do Cotinguiba (Foz do Rio Sergipe) era a que melhor possuía condições para exportar o açúcar de Sergipe.
A respeito disso, Fernando Porto comenta: " O fator geográfico na fundação de Aracaju foi preponderante. O Porto foi a bandeira desfraldada pelos adeptos da idéia da mudança da Capital. Aracaju possuía "um ancoradouro vasto" dizia o próprio Presidente em 1855. A Capital foi arrastada pelo Porto".
A mudança da Capital, conforme a Resolução, foi para o Povoado de Santo Antônio do Aracaju, porém, a construção da nova Cidade propriamente dita, deu-se na região sul em um local que era conhecido por Olaria.
Segundo Jouberto de Mendonça e Maria Lúcia Marques, " Para compor a estrutura urbana de Aracaju, em 1856, Inácio Barbosa contou com o apoio de personalidades do Estado que ajudaram a edificar a jovem capital..." Dentre estas personalidades podemos destacar João Gomes de Melo, o Barão de Maruim(que ergueu 15 casas na atual Rua João Pessoa) e José da Trindade Prado, o Barão de Propriá (que ergueu uma casa no local do antigo Cinema Palace, atual prédio do Bingo Palace).
Somente a partir de 1857 é que surgem os primeiros elementos formadores do Centro Histórico. Com o Projeto de Sebastião Pirro, Engenheiro contratado para projetar a nova Capital, Aracaju começa a tomar forma. A forma de um tabuleiro de xadrez. Para tanto, foi necessário aterrar as áreas alagadas e pantanosas para que o terreno ficasse plano. Pirro fixou o peão de ordenamento da construção da nova Cidade, onde se situa a Praça Fausto Cardoso.
A primeira rua locada no chão aracajuano, retilínea em toda a sua extensão, foi a da Aurora, também conhecida como Rua da Frente, atual Avenida Rio Branco. A partir daí, tempos mais tarde, com a abertura de novas ruas, a cidade cresceu em direção ao norte, sul e oeste.

De lá para cá Aracaju sofreu muitas transformações e no próximo dia 17 completará 155 anos de existência. PARABÉNS ARACAJU.