quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - PADROEIRA DA ARQUIDIOCESE DE ARACAJU


O VATICANO




  1. Tempos atrás o maior prédio de Aracaju era o popularmente conhecido "Vaticano", e a idéia de sua construção foi do grande negociante do ramo de ferragens, José da Silva Ribeiro. Está situado em frente ao Mercado Municipal (Rua S...
    anta Rosa), com a lateral para o Beco dos Cocos e indo até a Avenida Otoniel Dória. A respeito deste prédio, Murillo Melins nos informa:
    - "Edificação de dois pavimentos, com dezenas de quartos e pequenos apartamentos, que abrigavam comerciantes, feirantes, algumas famílias humildes e prostitutas que faziam vida na zona portuária e levavam os embarcadiços e homens da noite para os bares da rua da Frente e Mercado, ou para dançarem no Cassino Bela Vista.
    No interior do Vaticano, havia uma pequena praça pela qual entrava a luz do sol e ventilação para as acomodações do andar superior.
    Na parte térrea, existiam armazéns de secos e molhados e casas de ferragens e na lateral, pequenos negociantes como funileiros que fabricavam bicas de flandres, fifós, canecos e brinquedos de latas, vendedores de cordas, peneiras, bocapios, cestos, etc. e os populares BUMBAS (pequenos depósitos) onde engarrafavam e vendiam bebidas baratas, como aguardentes, vinhos de jenipapo, murici e jurubeba aos frequentadoes do mercado..." .

    Foto: MELINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. 3 ed. Aracaju:Unit, 2007.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

FÁBRICA DE BALAS LILIAN



Foto: Carreta transportando o maquinário da Fábrica quando do seu fechamento.
Jornal Gazeta de Sergipe nr. 8.041 - Agosto de 1985.





A Fábrica de balas Lilian funcionou por 39 anos na Rua Santa Rosa nº 161. Durante esse período foi a única Fábrica de balas com tecnologia desenvolvida, no Estado de Sergipe.  O início deu-se com a fabricação caseira, através do seu fundador o Sr. Leovegildo Correia, que distribuía as balas lá produzidas por todo o Estado de Sergipe, passando muitas vezes por estradas sem as mínimas condições de tráfego.
Segundo noticiado em jornais, a Fábrica Lilian fechou as portas em 1985, não por falta de bom faturamento, e sim por falta de nenhum filho do Sr. Leovegildo poder assumir o negócio. à época do fechamento a Fábrica contava com 14 funcionários e como parte do patrimônio 02 máquinas embrulhadeiras “EU” importadas da Alemanha. Todo o maquinário, avaliado em Cr$ 400.000,00 (quatrocentos milhões de cruzeiros) foi vendido para a Cooperativa Tritícola de Getúlio Vargas-RS, que contava com mais de 800 funcionários e operava com gêneros alimentícios como lingüiça, salame e doces.
Durante os 39 anos de existência a Fábrica Lilian recebeu visitas de muitos estudantes que gostavam de observar a máquina de embrulhar balas funcionando. Nas festas de fim de ano e de Cosme e Damião os proprietários da Fábrica sempre doavam balas, contribuindo assim para a alegria de muitas pessoas.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

CACIQUE CHÁ

Bar e Restaurante Cacique Chá
Foto: Arquivo Público Municipal da Cidade de Aracaju.




Painéis pintados por Jenner Augusto - Cacique Chá Foto: Jornal Gazeta de Sergipe nr. 5.956 - 18/02/1978.




Cacique Chá - Área externa.
Foto: Jornal Gazeta de Sergipe nr. 5.956 - 18/02/1978.




Cacique Chá - Área externa.
Foto: Jornal Gazeta de Sergipe nr. 5.956 - 18/02/1978.





Conjunto Musical Cacique Chá
MELINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. 3 ed. Aracaju: Unit, 2007.



Boite Cacique - Casais dançando
MELINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. 3 ed. Aracaju: Unit, 2007.




O Cacique Chá, localizado na esquina da Praça Olimpio Campos com a Rua Itabaianinha, foi bar, restaurante e boite, tendo iniciado as suas atividades em 1950, tendo a Luna Orquestra como atração principal na inauguração da luxuosa boite.

O fotógrafo Artur Costa foi o seu primeiro proprietário. Em 1953, por motivo de saúde, o Sr. Artur o vendeu para o Empresário Manoel Felizardo Nascimento, que alteou o nome de fantasia para Bar e Restaurante Cacique Chá. Em 1955 foi vendido à Firma Amaral & Freitas.

Segundo o Memorialista Murillo Melins, o Cacique foi a primeira boite familiar de Aracaju. Era o ponto de encontro da High Society, nos sábados à noite.

Murillo Melins ainda nos informa:

“Os ingressos às mesas, com quatro assentos, eram confeccionados em cartão postal, com fotografias em miniaturas dos pontos turísticos de nossa Cidade, informando data da festa, preço da mesa e atrações a serem apresentadas.

O traje passeio completo era obrigatório para os homens, já as senhoras e senhoritas, esmeravam-se em comparecer com seus melhores e caros vestidos.”

Vários artistas famosos se apresentaram no Cacique Chá, dentre eles, Gregório Barros, o Rei do Bolero, o mexicano Pedro Vargas, Lucho Catita, o Pianista Roberto Inglês, Terezinha Morango (Miss Brasil), Nelson Gonçalves, Ivon Cury, Ângela Maria e Maiza Matarazzo.

O conjunto musical formado por Zelner Ximenes, Henrique, Osvaldo, Marcelo, Antonio Teles, Paulo Emílio e Antônio, animavam as noites de festa do Cacique Chá.

Também foi ponto de encontro de literatos, que religiosamente todas as tardes ali se reuniam.

Depois de anos fechado o Cacique Chá está sendo reformado e os belos painéis de Jenner Augusto que lá existem, estão sendo restaurados.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O CRIME NO RESTAURANTE VELUDO

Fachada do Restaurante Veludo - Praia de Atalaia.
Jornal Gazeta de Sergipe nr. 6.697 - 28/01/1981.



José Nunes - Veludo.
Jornal Gazeta de Sergipe nr. 6.697 - 28/01/1981.



No dia 28 de janeiro de 1981, o comerciante José Nunes, mais conhecido por "Veludo" foi assassinado com 30 tiros de revólveres 38 e um rifle 22, quando se preparava para fechar o seu estabelecimento comercial. Ele era proprietário do famoso "Restaurante Veludo" na Praia de Atalaia. Segundo testemunhas, foram 03 os criminosos que praticaram este crime. Um deles chegou, momentos antes do crime, a entrar no Restaurante para comprar cigarros e logo após, os assassinos entraram no Restaurante e descobriram "Veludo" no escritório. Veludo mesmo atingido conseguiu sair do Restaurante em direção à sua casa, mas os assassinos os seguiram e efetuaram mais disparos. Veludo chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas Augusto Leite (Hospital Cirurgia), mas chegou sem vida. Meses antes do acontecido, Veludo tinha passado 40 dias na UTI do Hospital das Clínicas, em decorrência de uma explosão de botijões de gás. Sua esposa não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Segundo Renan Tavares, Delegado à época do crime, Veludo tinha sido assassinado por vingança. Tempos depois, através das investigações, descobriu-se que o mandante fora um fazendeiro e o crime tinha sido causado por disputa de terras situadas no Povoado Sapé em Itaporanga D' Ajuda.
Os pistoleiros, que foram presos, receberam a quantia de CR$ 150.000,00 pelo serviço.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PRAÇA DE AUTOMÓVEIS


Praça de Automóveis 131 - Praça Fausto Cardoso.
Detalhe: Palácio Olímpio Campos e Bonde.
Foto: www.antiguidadescolecoeseartes.com



Praça de Automóveis 131 - Praça Fausto Cardoso.
BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial e informativo de Sergipe.




Praça de Automóveis 131 - Praça Fausto Cardoso.
Foto: MURILLO, Melins. Aracaju romântica que vi e vivi. Aracaju: Unit, 2007 3ª ed.




Anúncio Praça de Automóveis 131.
Revista A Novidade - 1936.


Em Aracaju há muitos anos atrás, o Taxi, era conhecido como "Carro de Aluguel" ou "Carro de Praça". Segundo Murillo Melins, o serviço de aluguel de automóveis teve início em Aracaju, no fim dos anos 20, com poucos veículos. Eles faziam ponto na Rua Laranjeiras, ao lado do Café Ponto Central. Murillo também nos informa que por determinação do Chefe de Polícia, em 09 de agosto de 1933, o Ponto de Carros de Aluguel foi transferido para a Praça Fausto Cardoso, recebendo o nome de Praça de Carros 131. (131 era o número do telefone que servia àquele local) Daí o nome de "Carro de Praça".
O preço da corrida (trajeto) era acertado antecipadamente (não havia o Taxímetro) e cobrado por quilômetro ou por hora. Nos dias de domingo e feriados era chique as famílias alugarem os carros para passearem pelas ruas de Aracaju. Nos anos 40 e 50 surgiram outras "Praças de Automóveis".

Praças de Automóveis de Aracaju:

131 - Praça Fausto Cardoso - Possuía os carros mais novos e luxuosos.
227 - Rua São Cristóvão.
82 - Rua Geru.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

OLHANDO ARACAJU

Aracaju está completando uma centena e meia de anos de existência. Sendo assim, nada mais natural do que, os que vivem do ofício de pensar, escarafunchem os arquivos, abram as gavetas do tempo, descobrindo histórias e linguagem, códigos e valores do aracajuanos de épocas passadas.
Todavia, ao lado da busca e eleição das fontes, é necessário frisar que a cidade Aracaju - ela própria "arquivo" da história - é há um tempo, o fato histórico e o próprio documento da sua existência pretérita.
Pensar não basta. Olhar é preciso. Olhar Aracaju é prestar atenção nas transformações da cidade, é pensar a realidade da vida real da sua gente. Olhar Aracaju como um triunfo sobre o manguezal, é não esquecer do duelo homem-natureza e do impacto dos fatores naturais tão poderosos no passado e que hoje, chegam a ser desprezíveis. Olhar Aracaju, é buscar a história da cidade refletida nas marcas antigas que a cada dia menos se vê. Olhar Aracaju é reconstruir no imaginário, "o Plano do Engenheiro Pirro" procurando encontrar o "marco zero" de uma cidade que, sem ter sido cidade, e sim, povoação, ganhou a condição de capital em 17 de março de 1855.
No mínimo inusitado, pensar numa "praia inóspita" sediando uma capital. Provido dos encantos da natureza, o lugar provocou desconforto e desolação "Àqueles que são forçados a habitarem no Aracaju" para usar a expressão dos higienistas da época.
O tempo passou. Fluiu. Gerações e gerações de aracajuanos acolheram e reproduziram informações sobre a "povoação do Aracaju". Como não poderia ser de outra forma, fixaram-nas de tal maneira que, quem fala de suas origens, fala de apicuns, mangues, brejos, pântanos, charcos, córregos e ribeiras, morros e florestas, dunas de areias, catingas, etc. Ainda que Aracaju fosse "uma povoação de feição urbana indefinida", formada por "praias inóspitas, esquecidas ou menosprezadas, onde só houvesse sizocas ou de palha" não significa como alguns interpretam, o começo de uma história da estaca zero. Tampouco era habitada só por pescadores, oleiros, sitiantes, entre outros. Enfim, gente humilde.
Pois bem: no transcurso deste sesquicentenário, o desafio posto é deslindar o processo de apropriação social do espaço, conhecer o ser e o fazer da população do povoado de Aracaju anos e anos anteriores à capitalidade.
Isto posto cabe enfatizar: o 17 de março, efeméride símbolo, serve para os aracajuanos lembrarem-se de se lembrar do fundador Inácio Barbosa, de Aracaju e de beleza para analisar a evolução da vida da cidade.
Parabéns Aracaju!

Maria Nely Santos - Professora e Escritora.

Especial 150 anos.

Texto extraído da Revista Aracaju Magazine Ano VIII Nº 112 - Março/2005.