segunda-feira, 11 de julho de 2011

91 ANOS DO LABORATÓRIO PHOS-KOLA


Helvécio de Brito Maia - Fundador do Laboratório Phos-Kola.
Jornal Cinform nr. 1240 - janeiro de 2007.




Antigo prédio do Laboratório Phos-Kola.
Jornal Cinform nº 1240 - janeiro de 2007.




Anúncio da Pharmacia Humanitaria - Depósito geral dos produtos Phos-Kola.
Revista de Sergipe nº 8 - 1928.



Anúncio do Remédio das Senhoras.
BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial, agrícola e informativo de Sergipe. - 1933.




Anúncio do Elixir de Marinheiro.
BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial, agrícola e informativo de Sergipe - 1938.




Anúncio do Xarope Calmante Creosotado.
BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial, agrícola e informativo de Sergipe - 1933.




Anúncio do Xarope Anthi-Asthmatico.
BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial, agrícola e informativo de Sergipe - 1930.





Sede atual do Laboratório Phos-Kola.
Foto: José de Oliveira B. Filho.





O Laboratório Phos-Kola, situado à Rua Laranjeiras nº 984, uma das mais antigas Indústrias de Medicamentos do Norte e Nordeste, completa 91 anos de existência. Ele foi fundado no dia 23 de julho de 1920 por Helvécio de Brito Maia. No início suas atividades estavam restritas à área de manipulação de produtos farmacêuticos.

A respeito das atividades do Laboratório Phos-Kola, Ismael Pereira em seu artigo publicado no Jornal Cinform informa:

"Possuidor de extraordinária visão empreendedora, o jovem sergipano Helvécio de Brito Maia, unindo-se a entusiastas colaboradores farmacêuticos, profundos conhecedores das propriedades farmacológicas das plantas medicinais, decididamente buscaram desenvolver pesquisas que resultaram nas fórmulas dos seguintes produtos: xarope antiasmático de Helvécio Maia, medicamento de comprovada eficácia e, por esta razão, reconhecido pelo Departamento Nacional de Saúde Pública, fato ocorrido no ano de 1917, através do Decreto 818/17 do processo 6160/49 de talão nº 6 das folhas 853. Em 15 de setembro de 1920, o Decreto Lei nº 14354 concedeu ao farmacêutico Bernardino José MArtino a licença para fabricar o tônico reconstituinte Phos-Kola. Em 31 de dezembro de 1923, o Departamento Nacional de Saúde Pública, através do Decreto nº 16.300, concedeu ao mesmo farmacêutico licença para fabricar o depurativo do sangue Elixir de Marinheiro. Neste mesmo ano também foi autorizada a fabricação do medicamento Remédio das Senhoras, seguramente indicado em disfunções uterinas".

Com o tempo o Laboratório passou a fabricar produtos fitoterápicos e oficinais como por exemplo: Aguardente Alemã, Água Inglesa, Xarope de Grindélia, Linimento de Terebentina, Pomada de Beladona, Tintura Balsâmica, Elixir Paregórico, Óleo de Rícino, Pasta de Água, Mel Rosado, Violeta de Genciana, dentre outros.

Na comemoração do Centenário da Emancipação Política de Sergipe em 1920, foi realizada a "Grande Exposição de Productos do Estado". O Laboratório Phos-Kola participou expondo os seus produtos.

Para Ismael Pereira, "Helvécio de Brito Maia não foi apenas um anunciador, foi muito mais - foi um grande realizador. Ele não deixou apenas uma trajetória, deixou também uma obra imortalizada pelos seus fiéis e abnegados seguidores".



Texto baseado no Artigo de Ismael Pereira, Ex-Deputado Estadual por Alagoas, Artista plástico e Cronista - Jornal Cinform, 15 a 21 de janeiro de 2007 - nº 1240.

domingo, 3 de julho de 2011

O SALÃO DE SNOOKER DE ZÉ DO SOL


Anúncio do Salão de "Snooker" de Zé do Sol.
Revista A Novidade nr. 14 - 1939.




Rua João Pessoa 1º trecho.
O Salão de Snooker de Zé do Sol situava-se entre a Casa Yankee e o Edifício Mayara (à esquerda da foto).
Foto Casa Amador.
MELINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. Aracaju:Unit, 2007. 3.ed.




No primeiro trecho da Rua João Pessoa, mais precisamente no nr. 95, funcionou o Salão de Snooker de Zé do Sol (Conhecido também como Bilhar de Zé do Sol). O Salão estava localizado vizinho ao Café Central, que posteriormente foi demolido dando lugar ao moderno prédio de 04 andares. Era o prédio de João Hora, onde no térreo ele inaugurou a bela loja "A Moda" - Edifício Mayara.

A respeito do Snooker de Zé do Sol, Ariosvaldo Figueiredo comenta:

"Já garotão, desenvolvido, taludo, sou atraído pelo bilhar, antes, depois, pelo "snooker". A maior e a melhor casa é a de José do Sol, à Rua João Pessoa, quase ao lado do atual Edifício João Hora, bilhar e "snooker" à vontade, as mesas sempre ocupadas. A maioria das pessoas só joga bilhar e "snooker" apostado. Os dois maiores jogadores de bilhar de Aracaju são Virgílio e Maninho, o primeiro não é sergipano, o segundo nasceu e se criou na capital sergipana. Quando os dois estão jogando, pára tudo, todos correm para vê-los. Nenhum é melhor do que o outro, é "pau-a-pau", eles se revezam nas vitórias e nas derrotas....".

Já Murillo Melins informa:

"Nas décadas de quarenta e cinquenta, o jogo de salão mais procurado pelos rapazes e senhores da cidade era o "snooker". Diversos salões estavam espalhados por todos os bairros, mas os melhores e mais bem frequentados estavam na rua João Pessoa, tais como: O Salão de Zé do Sol, Salão Moderno, Record e Ponto Exato".

E continua:

" Nos bilhares de três bolas, destacaram-se: Praxedes, Fernando Lemos, Virgílio e Paulo Lemos, que, quando se defrontavam no salão de Zé do Sol, este se enchia para assistir as belas carambolas. Suas tacadas demoravam horas".

Fontes:

FIGUEIREDO, Ariosvaldo. Eu vivi, confesso:(memórias). Aracaju: J.Andrade, 2006.

MELINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. Aracaju:Unit, 2007. 3.ed.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

HERMANN A. ARENDT VON ALTENESCH


Anúncio.
Revista A Novidade - 1936.



Residência de Carvalho Neto.
Rua Pacatuba esquina com rua Estância - Atual Edf. Paulo Figueiredo.
CHAVES, Rubens Sabino Ribeiro. Aracaju pra onde você vai? Aracaju: Edição do Autor, 2004.


O Engenheiro Civil alemão Hermann Arendt Von Altenesch, chegou em Aracaju na década de 30 e devido aos seus métodos e modelos arquitetônicos aqui introduzidos, foi considerado o "Renovador da cidade de Aracaju". A respeito dele Fernando de Figueiredo Porto comenta:

"...Hermann Otto Wilhelm Arendt von Altenesch, (...) cidadão alemão que aqui viveu na década de 1930, dedicado aos ramos de arquitetura e construção. Chegou a Aracaju em 1933 ou princípios de 1934, não se sabendo donde veio nem por que veio; constava ter vindo da Argentina, mas já trazia um português razoavelmente falado."

Hermann Von Altenesch iniciou os seus trabalhos com a construção de 02 casas na antiga rua Vila Nova, atual Duque de Caxias. Eram casas com um estilo diferente e que logo caíram no gosto da população aracajuana: os chamados "bangalôs" ou mais precisamente "bungalows".

Segundo Fernando Porto após a construção das casas da rua Vila Nova, Altenesch foi contratado para reformar e construir várias casas em Aracaju, casas essas que apresentavam fachadas que chocavam o público. Com o tempo, o estilo de Altenesch foi sendo copiado nas construções que surgiam. Os prédios do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e Biblioteca Pública (Atual Arquivo Público) foram obras de Altenesch.

Luis Antonio Barreto nos informa:

"Talvez seja Altenesch o engenheiro e construtor que tenha dado, individualmente, a maior contribuição à arquitetura de Aracaju, construindo dezenas de casas em várias ruas da cidade: Pacatuba, Estância, Itabaiana, Capela, Vila Cristina, dentre elas. Ainda que o gosto possa ser duvidoso, pelos detalhes exagerados de cada uma dessas casas, quase todas de projetos recortados, não se pode ignorar essa presença criativa e criadora, que deixou uma marca indelével no conjunto do casario aracajuano."

Em 19 de agosto de 1940, através do Decreto Lei nº 39, a Prefeitura Municipal de Aracaju mudou o nome da rua de Vila Nova para rua Altenesch, em homenagem ao Engenheiro alemão. Porém, dois anos após o Decreto, devido aos acontecimentos durante a 2ª Guerra Mundial - Torpedeamento de navios brasileiros na Costa Sergipana pelos alemães - o então Prefeito José Garcez Vieira baixou o Decreto Lei nº 22 de 21 de agosto de 1942, retirando o nome de Altenesch e dando à rua o nome de Duque de Caxias.


Fontes:

PORTO, Fernando de Figueiredo.Alguns nomes antigos do Aracaju.Aracaju: Gráfica Editora J. Andrade Ltda, 2003.

Pesquise - Pesquisa de Sergipe / Infonet - Luis Antonio Barreto.



AQUELLE CRAVO

Eu desejei, amor, aquelle cravo,
Aquelle cravo branco que ostentava
A ventura sem par de ser escravo
Da tua nivea mão onde sonhava.

Mas presentindo, amor, o meu desejo,
Doridamente o cravo despertou
Do sonho angelical e num arquejo
Na tua nivea mão se desfolhou.

Meu coração, amor, foi o culpado,
E por isso eu maldisse o coração,
Ao ver o cravo branco perfumado,

Sonhador e feliz até então,
Agora tristemente desfolhado
Na tua nivea e sentinosa mão.



Jacintho de Figueiredo

Fonte: Revista de Sergipe nr. 11 - 1929.