quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Comércio de Aracaju em 1920

MONTALVÃO, Elias. Almanach Sergipano - 1902.

A.Fonseca & CIA. - Avenida Rio Branco.
BARRETO,Armando. Cadastro industrial, comercial e informativo de Sergipe - 1938.



Teixeira, Chaves & Cia. - Rua São Cristóvão.
BARRETO,Armando.Cadastro industrial, comercial e informativo de Sergipe - 1938.



Armazém Lusitano - Rua Laranjeiras.
MONTALVÃO, Elias. Almanach Sergipano - 1902.



Bazar Nunes - Rua João Pessoa.
MONTALVÃO, Elias. Almanach Sergipano - 1902.



Casa Yankee - Rua João Pessoa.
BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial e informativo de Sergipe, 1934.


Alfaiataria Moderna - Rua Japaratuba - Atual João Pessoa.
Revista de Aracaju - 1944



Aracaju em 1920 contava com 26 lojas de fazendas e armarinhos, 128 armazéns de secos e molhados, 6 escritórios de miudezas e fazendas, 8 farmácias, além de inumerável quantidade de quitandas e pequenos armazéns dispersos, 37 escritórios de comissões e consignações, 9 escritórios de fazendas, 10 escritórios de exportação de açúcar, 17 de sal, 4 lojas de ferragens, 12 armazéns de estiva, 1 exportador de couros, 3 tabacarias, 3 lojas de calçados, 1 de estiva e miudezas, 1 fábrica de camisas, 3 livrarias-papelarias, 2 saboarias, 2 fábricas de óleos, 3 de chapéus-sol, 01 de gelo, 1 serraria, 6 refinações de açúcar, 4 torrefações de café, 2 fábricas de vinagre, 2 de vinhos, 7 funilarias com máquinas, 1 selaria, 1 loja de modas, 1 fábrica de camas, 1 armazém de louças e vidros, 2 armazéns de madeira, 11 padarias, 3 padarias a vapor, 7 tipografias, 4 fábricas de móveis, 10 de calçados com mecanismos, 2 fábricas de molas, 1 de bebidas gazozas e 5 casas de café.




SILVA, Clodomir. Albúm de Sergipe 1820-1920. p 147/148.

terça-feira, 14 de abril de 2009

De Estrada Nova a Avenida João Ribeiro

Avenida João Ribeiro e ao fundo a Igreja do Santo Antônio.
MELINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. Anos 40 e 50. Aracaju:UNIT,2007.

Avenida João Ribeiro vista do alto da Igreja do Santo Antonio.
Cartão Postal Coleção Allen Morrison.


Avenida João Ribeiro, vista do alto da Igreja do Santo Antônio.

BARRETO, Armando. Cadastro industrial, comercial e informativo de Sergipe,1934.

MELINS,Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. Anos 40 e 50.Aracaju:UNIT,2007.



(...)No curto período de sua permanência em Aracaju, o presidente Inácio Barbosa ordenou que se fizesse uma ligação direta entre a cidade e o povoado Santo Antônio, obra que foi continuada pelo presidente Salvador Benevides, a cargo do engenheiro Pirro.
A nova estrada, em linha reta, atravessando as areias do Morro do Bomfim e seguindo por mangues, brejos, riachos e outros acidentes, iniciava-se "na encruzilhada da fonte do Coqueiro" (início da Avenida Carlos Firpo) e terminava na porta da igreja do povoado.
Tinha 700 braças craveiras de comprimento e 60 palmos de largura, o padrão de largura das ruas demarcadas por Pirro no "quadro da cidade". Ligava, simbolicamente, o passado ao presente, o antigo povoado à nova cidade que, ao norte, terminava na Rua Divina Pastora. Já imaginaram que bela perspectiva seria se Pirro a tivesse trazido até a Rua da Frente, terminando na esquina da Rua Laranjeiras? Mas o diabo do "quadro" era intocável.
Entre as justificativas de sua construção, relatadas pelo presidente Benevides, em fevereiro de 1857, uma reflete as condições reinantes na cidade: "facilitar o trânsito" (...) "dos habitantes do povoado, pela maior parte empregados públicos". Tal era a falta de habitações que os funcionários, moradores compulsórios da nova capital, tinham que residir a dois quilômetros do local de trabalho, através de caminhos tão atormentados.
O povo logo denominou o novo caminho de "Estrada Nova", denominação que vigorou até 1922, quando, em comemoração do centenário do Grito do Ipiranga, passou a ser Avenida Independência, malgrado ter largura de rua. Proporções de avenida ela vem ter, nos anos de 1932 e 1933, na gestão de Camilo de Calazans, que duplicou a sua largura, desapropiando casas e terrenos do lado leste, desde a Avenida Coelho e Campos até o topo do morro, onde modificou, profundamente, o seu acesso e ajardinou a praça que recebeu o nome de Siqueira de Menezes. Em alguns documentos da Prefeitura encontramos, em pedidos de licença para construção de casas, a referência ao nome de Avenida Santo Antônio. Tal nome não foi oficial nem teve apoio popular. Cremos tratar-se de atitude pessoal dos requerentes.
O nome de Estrada Nova e seu sucessor Independência ficaram restritos ao trecho entre a Avenida Coelho e Campos e a subida do morro, vez que a parte inicial, a que atravessava o morro de areia, foi denominada Rua do Socorro, parte que foi alargada na gestão José Garcez Vieira(1942-1945).
Em 1934, ao falecer o intelectual João Ribeiro, por sugestão do Instituto Histórico e Geográfico, o ato municipal nº 7, de 30 de abril de 1934, mudou o nome Independência para João Ribeiro, abrangendo toda a extensão entre a "encruzilhada da fonte chamada do Coqueiro",(...) "até a porta da igreja ou Capela de Santo Antônio", seguindo o critério, infelizmente abandonado, de se dar o nome de notáveis intelectuais sergipanos às avenidas aracajuanas.
Em 1958, foi ela amputada, ganhando o trecho inicial, até a Praça Princesa Isabel, o nome de Carlos Firpo.



PORTO, Fernando de Figueiredo. Alguns nomes antigos do Aracaju.Aracaju:Gráfica Editora J.Andrade Ltda, 2003 p 152-153.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Rua Marechal Deodoro da Fonseca

Ladeira da Rua Marechal Deodoro - Foto atual
Foto: José de Oliveira B. Filho


Rua Marechal Deodoro, trecho entre as Ruas Riachão e Aristides Bispo - Foto atual.
Foto: José de Oliveira B. Filho

Ladeira da Rua Marechal Deodoro da Fonseca
Jornal Gazeta de Sergipe nr. 3.206 de 31.05.1967.



Rua Marechal Deodoro da Fonseca, trecho entre as Ruas Riachão e Aristides Bispo.
Jornal Gazeta de Sergipe nr. 4.897 de 14.10.1974.


Rua Marechal Deodoro da Fonseca, trecho entre a Av. Canal e a Rua Porto da Folha.
Jornal Gazeta de Sergipe nr. 4.894 de 10.10.1974.


Ladeira da Rua Marechal Deodoro da Fonseca
Jornal Gazeta de Sergipe nr. 3.206 de 31.05.1967.



Meu avô Antonio Brito, ao mudar-se de Itabaiana para Aracaju, residiu nos primeiros anos na Rua de Estância, quase esquina com a Avenida Pedro Calazans. Com o tempo, adquiriu um grande terreno na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, Bairro Getúlio Vargas, no trecho compreendido entre as ruas Marechal Floriano Peixoto e Riachão, onde construiu sua casa. Com ele, moravam minha avó Zulmira e os seus sete filhos. Como o terreno era grande, meu avô o dividiu em lotes, e doou para cada filho, para que ali edificassem suas casas.
Atualmente, devido à falta de segurança, muitas pessoas preferem morar em um condomínio fechado de casas. Nós da família Brito, já morávamos em uma espécie de condomínio, com uma grande área de lazer nos fundos, com coqueiros e outras árvores frutíferas. Costumávamos chamar de nosso sítio. As casas não possuíam cercas ou muros nos quintais, o que permitia que todos os familiares passassem de uma casa à outra, sem precisar utilizar a porta da frente. Durante muitos anos, nos fundos da casa de meu avô, existiu um poço com uma bomba que puxava água para servir à casa e a muitos moradores da Rua Marechal Deodoro e adjacências, incluíndo-se aí os da Comunidade da Maloca, que hoje é reconhecida como um Quilombo Urbano.
A respeito da Rua Marechal Deodoro, quem passa hoje por ela, nem imagina como ela era há 30 anos: de piçarra, com muitos buracos e o esgoto correndo a céu aberto.
Lembro-me de que quando ia para a escola de carro, com meu tio Rui, era necessário passar pela Rua Riachão, para então seguir para o centro pela Rua Laranjeiras. Era impossível para um automóvel subir a ladeira da Rua Marechal Deodoro e daí alcançar a Avenida Pedro Calazans. Vala, buracos e água de esgotos correndo pelo meio da rua. Na época de chuva então nem se fala!
Quando seguia para a escola a pé, me recordo da dificuldade em subir a tal ladeira: a pasta nas costas, a pisada cautelosa desviando das poças para não sujar o tênis que era branquinho, sem falar na subida, que era realmente muito cansativa. Durante o trajeto, eu gostava de olhar para a areia branquinha do morro da antiga Caixa d’água, nosso local de brincadeiras, ideal para soltar arraias e pipas. A antiga Caixa d’água foi construída no Governo de Graccho Cardoso, em 1924, sob o nome de Reservatório Auxiliar do Serviço de Abastecimento de Água da Capital, projetado pelo Sanitarista carioca Saturnino de Brito, no Morro do Cruzeiro, atual Centro de Criatividade. Durante muitos anos era possível ver uma placa fixada em uma residência situada na parte oeste da Caixa d'água, que continha a seguinte informação: Praça Saturnino de Brito. A Praça nunca foi construída e em boa parte do terreno onde se localizava a antiga Caixa d'água, foram construídas várias casas.
O triste aspecto da rua começou a mudar, quando o sucessor do Prefeito Cleovansóstenes de Aguiar (1971-1975), o Engenheiro João Alves Filho(1975-1979), assumiu a Prefeitura de Aracaju. O calçamento finalmente chegou à Rua Marechal Deodoro, com direito a animação feita por um Trio Elétrico no dia da inauguração. Foi uma festa só. Aliás, ela sempre teve um aspecto festivo, graças à iniciativa de alguns moradores, dentre eles, Maroaldo, filho de Seu Duda e Dona Olga. Maroaldo é ex-integrante do antigo grupo musical Bolo de Feira e sempre promove a tradicional Queima de Judas e as Quadrilhas de São João, além de organizar viagens para o interior de Sergipe e outros estados.
Já o Prefeito Viana de Assis (1988-1989), que sucedeu Jackson Barreto, fez questão de mandar asfaltar a nossa querida rua, inaugurando-a com uma passeata, seguida por uma bandinha de música. Viana de Assis tinha morado com os pais nessa rua, em uma residência onde tempos mais tarde funcionou a bodega de Dona Vitorinha. Foi segundo Viana de Assis, a concretização de um sonho antigo, um presente para os moradores da Rua Marechal Deodoro da Fonseca.


José de Oliveira Brito Filho