As máquinas, oleadas,
dormem no bojo da fábrica,
brunidas, reluzentes,
prontas para o outro dia.
Mas mesmo assim parecem tristes e cansadas
Amanhã rodarão de novo,
falando alto e grosso,
ou lançarão para o ar
vivas e vaias estridentes,
cantarão aleluias de metal,
abafando o planger de corações esmorecidos
-amanhã-depois-e sempre
Dorme no chão do casebre o escravo da fábrica;
e, de tão fatigado, não tem tempo para estar triste.
José Maria Fontes
O REALISMO SOCIAL NA POESIA EM SERGIPE, Livraria Regina LTDA, Aracaju, 1960.
Fonte: Jornal Gazeta de Sergipe nr. 7.196 - 04/10/1982.
domingo, 8 de novembro de 2009
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