A Ponte Valentré e a Cidade de Cahors - França.
Cartão Postal - APACOLOR, 1981.
Jacques Siviol na Patagônia - Argentina
Grupo franc "Roland" nas florestas de Saint Germain du Salembre - Dordonha - França.
La Resistance contre le nazisme et le régime de Vichy en Dordogne de 1939-40 à 1945.
Imprimerie Moderne - Périgueux, 1996.
La Resistance contre le nazisme et le régime de Vichy en Dordogne de 1939-40 à 1945.
Imprimerie Moderne - Périgueux, 1996.
Jacques Henri Siviol.
Citação da Condecoração da Cruz de Guerra.
Cerimônia de Condecoração com a Cruz de Guerra em 1947. Jacques Siviol é o que está atrás à direita, esperando para ser condecorado.
POIRIER Jacques R.E. La Girafe a un long cou. Éditions Fanlac, Perigueux, 1992, p 163.
POIRIER Jacques R.E. La Girafe a un long cou. Éditions Fanlac, Perigueux, 1992, p 163.
Nesta semana, no dia 10 de março (terça-feira), um Herói irá completar 84 anos de vida. Não é um Herói de revista em quadrinhos ou de filme. Trata-se de um Herói de Guerra, ex-Membro da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que mora aqui em Aracaju. Refiro-me a Jacques Henri Siviol, nascido em Cahors, região da Dordonha, sul da França, que foi agraciado com a “Croix de Guerre”(Cruz de Guerra), uma condecoração militar francesa, na patente de Sargento das Forças Francesas do Interior. A foto recebendo esta condecoração foi impressa no livro: POIRIER, Jacques R. La girafe a un long cou...Éditions Fanlac, Périgueux, 1992 p 163. e o nome citado no livro: ANACR.La Resistance: La Lutte Contre Le Nazisme et Le Regime de Vichy. Témoignages et documents. De 1939-40 à 1945 En Dordogne. Imprimerie Moderne-Perigueux, p. 697.
A Resistência Francesa foi o conjunto de movimentos formado por membros de várias localidades da França, chamados de “Partisans” (partidários, em francês), que não aceitavam a submissão e o colaboracionismo do Estado Francês, durante a ocupação alemã que se iniciou em 1940. As ações dos Resistentes incluíam tarefas como dificultar a comunicação, sabotagens de linhas de trens e explosões de pontes, que atrapalhavam o transporte de tropas e armamentos alemães. Jacques Siviol afirma que com essas ações, a Resistência Francesa contribuiu para desestabilizar a “Grande Máquina” organizada alemã, durante a sua estadia na França.
Com a chegada das Tropas Aliadas no famoso dia D(06 de junho de 1944), deu-se o início da derrota alemã. A Itália de Mussolini caiu e no Japão foi utilizada pela primeira vez a Bomba Atômica (Hiroshima e Nagazaki) e com ela o conseqüente fim da Guerra. A Europa ficou arrasada moralmente e economicamente falando. Na França do Pós-Guerra a situação era difícil. E foi nessa dificuldade que Jacques Siviol embarcou para a África, para trabalhar para o Governo Francês, em um Órgão semelhante ao nosso DER, abrindo estradas pelo interior da Costa do Marfim, então Colônia Francesa. Mas, segundo ele, os movimentos de Independência começaram a surgir na África, o que o levou a seguir os passos de seus compatriotas, vindo de navio para a América do Sul, mais precisamente para a Argentina. Da Argentina vai ao Paraguai, onde residiam franceses amigos seus. Do Paraguai finalmente chega ao Brasil: Paraná e depois São Paulo, onde trabalha em uma oficina mecânica, de propriedade do francês Jean-Pierre Le Roch, que anos depois ao retornar à França, criou uma Rede de Supermercados – Intermarché – considerada atualmente uma das maiores da Europa. Como um cigano, Jacques Siviol resolveu voltar para a África. Por sorte, o navio em que embarcou saía do Porto de Santos e fazia escala em Salvador, antes de atravessar o Atlântico. Foi aí, chegando pela manhã na Baía de Todos os Santos, que a sua vida iria mudar mais uma vez. Tudo o que ele queria estava em Salvador: O sol, o clima e a alegria do povo baiano. Foi para a África e voltou na semana seguinte para Salvador. Mecânico que é(trabalhava desde jovem com o pai em uma oficina e fez curso técnico em mecânica na França), trabalhou em algumas Companhias e mais tarde montou a sua própria oficina mecânica: A Oficina Paris. Tempos depois conheceu um francês que veio a ser um dos seus melhores amigos, Fernand Delaferté, que o convidou a trabalhar na Companhia Schlumberger, que prestava serviços à Petrobrás. De Salvador, foi trabalhar por 02 anos nesta mesma Companhia na Argentina(Patagônia). De volta ao Brasil, foi para Maceió. Quando o Petróleo foi descoberto em Sergipe, chega finalmente a Aracaju, ainda trabalhando na mesma Companhia. Em 1978, foi convidado a trabalhar na Samam Diesel, como Chefe da Mecânica, quando da chegada em Sergipe, dos caminhões FIAT. Nesta brincadeira, como ele mesmo costuma dizer, são 42 anos de Aracaju.
No momento, Jacques Siviol, com a sua experiência, diz estar muito preocupado com o Brasil e o mundo, principalmente depois dessa crise econômica. Ele comenta que, após a Segunda Guerra Mundial, vários foram os progressos no mundo, e que trouxeram muitos benefícios para a humanidade, mas, infelizmente apesar de todos esses recursos, os homens não aprenderam nada, continuam a cometer os mesmos erros.
Esta é uma pequena homenagem a um homem que, aos 17 anos de idade, viu a Guerra bater à sua porta. Não foi convocado pelo Exército Francês para lutar, o fez por conta própria, na clandestinidade, com o propósito de defender o seu país. Que isso sirva de exemplo para nós, para que saibamos lutar pelo nosso país, contra os possíveis inimigos externos e internos. Parabéns Jacques Siviol.
José de Oliveira Brito Filho
Professor de História
A Resistência Francesa foi o conjunto de movimentos formado por membros de várias localidades da França, chamados de “Partisans” (partidários, em francês), que não aceitavam a submissão e o colaboracionismo do Estado Francês, durante a ocupação alemã que se iniciou em 1940. As ações dos Resistentes incluíam tarefas como dificultar a comunicação, sabotagens de linhas de trens e explosões de pontes, que atrapalhavam o transporte de tropas e armamentos alemães. Jacques Siviol afirma que com essas ações, a Resistência Francesa contribuiu para desestabilizar a “Grande Máquina” organizada alemã, durante a sua estadia na França.
Com a chegada das Tropas Aliadas no famoso dia D(06 de junho de 1944), deu-se o início da derrota alemã. A Itália de Mussolini caiu e no Japão foi utilizada pela primeira vez a Bomba Atômica (Hiroshima e Nagazaki) e com ela o conseqüente fim da Guerra. A Europa ficou arrasada moralmente e economicamente falando. Na França do Pós-Guerra a situação era difícil. E foi nessa dificuldade que Jacques Siviol embarcou para a África, para trabalhar para o Governo Francês, em um Órgão semelhante ao nosso DER, abrindo estradas pelo interior da Costa do Marfim, então Colônia Francesa. Mas, segundo ele, os movimentos de Independência começaram a surgir na África, o que o levou a seguir os passos de seus compatriotas, vindo de navio para a América do Sul, mais precisamente para a Argentina. Da Argentina vai ao Paraguai, onde residiam franceses amigos seus. Do Paraguai finalmente chega ao Brasil: Paraná e depois São Paulo, onde trabalha em uma oficina mecânica, de propriedade do francês Jean-Pierre Le Roch, que anos depois ao retornar à França, criou uma Rede de Supermercados – Intermarché – considerada atualmente uma das maiores da Europa. Como um cigano, Jacques Siviol resolveu voltar para a África. Por sorte, o navio em que embarcou saía do Porto de Santos e fazia escala em Salvador, antes de atravessar o Atlântico. Foi aí, chegando pela manhã na Baía de Todos os Santos, que a sua vida iria mudar mais uma vez. Tudo o que ele queria estava em Salvador: O sol, o clima e a alegria do povo baiano. Foi para a África e voltou na semana seguinte para Salvador. Mecânico que é(trabalhava desde jovem com o pai em uma oficina e fez curso técnico em mecânica na França), trabalhou em algumas Companhias e mais tarde montou a sua própria oficina mecânica: A Oficina Paris. Tempos depois conheceu um francês que veio a ser um dos seus melhores amigos, Fernand Delaferté, que o convidou a trabalhar na Companhia Schlumberger, que prestava serviços à Petrobrás. De Salvador, foi trabalhar por 02 anos nesta mesma Companhia na Argentina(Patagônia). De volta ao Brasil, foi para Maceió. Quando o Petróleo foi descoberto em Sergipe, chega finalmente a Aracaju, ainda trabalhando na mesma Companhia. Em 1978, foi convidado a trabalhar na Samam Diesel, como Chefe da Mecânica, quando da chegada em Sergipe, dos caminhões FIAT. Nesta brincadeira, como ele mesmo costuma dizer, são 42 anos de Aracaju.
No momento, Jacques Siviol, com a sua experiência, diz estar muito preocupado com o Brasil e o mundo, principalmente depois dessa crise econômica. Ele comenta que, após a Segunda Guerra Mundial, vários foram os progressos no mundo, e que trouxeram muitos benefícios para a humanidade, mas, infelizmente apesar de todos esses recursos, os homens não aprenderam nada, continuam a cometer os mesmos erros.
Esta é uma pequena homenagem a um homem que, aos 17 anos de idade, viu a Guerra bater à sua porta. Não foi convocado pelo Exército Francês para lutar, o fez por conta própria, na clandestinidade, com o propósito de defender o seu país. Que isso sirva de exemplo para nós, para que saibamos lutar pelo nosso país, contra os possíveis inimigos externos e internos. Parabéns Jacques Siviol.
José de Oliveira Brito Filho
Professor de História
Artigo publicado no Jornal Cinform nr. 1352 de 09 a 15 de março de 2009.
2 comentários:
C'est avec une grande tristesse que je viens d'apprendre la mort de mon cousin jacques SIVIOL.
Qu'il repose en paix.
Son cousin et petits cousins de France.
retr.soulie@free.fr
Jose, que artigo lindo. Parabens.
Diga a Siviol que tenho grande orgulho de conhece-lo. Ja ate ordernei o livro 'La Girafe A Un Long Cou'. Abracos. Mirian
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